segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

mas a pior parte

é sempre quando você quer muito uma coisa, mas se sente incapaz de consegui-la.
pior ainda é quando essa sensação vem depois dos planos traçados. você pensa que consegue voar pra chegar em tal lugar e quando se toca "opa, não tenho duas asas". aí vai lá e pega seu caminho número 2 mantendo dentro de si aquele mimimimi sou fraca mimimimi.
mas ainda me resta a capacidade de fazer o caminho número 2 dar certo. pelo menos essa capacidade eu sei que tenho.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

um novo parágrafo

pela primeira vez, eu entro de férias (sim, eu falo "entro de férias" e até hoje não sei se é certo ou não) com um grande peso nas costas e nenhum alívio no peito.
em suma: já perdi 6 anos da minha vida nessa história de estudar pra ser algo que amo na vida, decepcionei minha família e a mim mesma com as escolhas que fiz até hoje e acho que estou prestes a decepcioná-los de novo com a nova escolha que estou prestes a fazer. mas essa não me decepcionaria, porque eu já me decepcionei com todas as oportunidades que escolhi desperdiçar nesses anos de vida acadêmica, especialmente nesse último. joguei fora uma chance que, durante o inferno em que se tornou a medicina, eu só poderia ter sonhado em ter, e agora só posso escolher entre minha realização profissional (tardia, muito tardia) e minha independência. antigamente, quando minha mentalidade ainda era outra, eu não dava tanta importância pra essa ideia de independência, queria só ser feliz no que eu fizesse.
hoje, a possibilidade de ter um emprego que eu não odeie (de preferência, que não me deixe louca é, é com você mesma, medicina, acho que esse é o principal requisito) e que me dê estabilidade financeira me parece uma ideia muito mais agradável, especialmente agora que não sou mais sozinha e tenho planos pro futuro. bom, ainda que eu ainda fosse sozinha, esse momento de fazer planos reais, tangíveis, pro futuro iria chegar, e a balança iria invariavelmente pesar pra esse lado.
agora só me resta planejar os dois caminhos com minúcia e seguir o que eu escolher, com segurança e determinação.
no fundo, eu sei que já fiz minha escolha, mas deixa eu fingir a dúvida por mais um tempo...

sábado, 23 de novembro de 2013

she's so strange

de uns bons anos pra cá (leia-se: desde que eu perdi o medo de me olhar no espelho), eu tenho entrado em transe me encarando. eu sei, parece besta, mas eu já tenho uma tendência natural a me distrair e me perder em pensamentos olhando pro nada, então a mesma coisa acaba acontecendo de vez em quando se eu estiver me olhando no espelho. daí nas primeiras vezes que isso acontecia, eu me assustava um pouco comigo mesma porque começava a estranhar aquela imagem que eu via. parecia uma outra pessoa. muito familiar, claro, mas ainda assim era como se eu me dissociasse da minha imagem.
de uns poucos dias pra cá, eu venho me assustando com meu próprio reflexo como nunca antes. o rosto é meu, eu não o dissocio mais de mim mesma, mas me dei conta de que o olhar é outro. meu olhar não é mais meu olhar, e então aquele eu me encarando de volta no espelho se torna uma outra pessoa, me olhando como se esperasse alguma reação minha.
é muito tenebroso.

sábado, 2 de novembro de 2013

eu nem sei direito como explicar, mas
cresce a cada segundo. e eu não sei como fazer parar.
nem se eu quero saber como.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

grazadeus novembro chegou

com sua chuva e seu clima fresquinho e ventilado e molhado e que atrapalha o trânsito e qualquer vontade de usar chinelo por aí e mosquitos e aaarrrghhhh
hoje a prof. que geralmente não vai ministrar aulas não foi ministrar aula no 2o tempo, para a surpresa de: ninguém. daí que eu tinha saído de casa na maior pressa porque aparentemente eu desaprendi a acordar com despertador e ando acordando meia hora antes do horário da aula, o que me faz escolher roupas e materiais meio aleatórios devido à vontade de pegar uma vaga que não me faça aparecer nos corredores andar demais até chegar ao carro na saída. mas divago.
a professora faltou e eu não tinha material nenhum pra estudar nem vontade de ir pra biblioteca superlotada, então peguei o livro que tinha ficado no carro (Cidade dos Ossos, não me julguem) e fui pra perto da entrada da faculdade, onde tava batendo aquela brisa maravilhosa de prenúncio de chuva. vi que só tinham 2 pessoas lá, fiquei feliz pela semi-privacidade, me sentei, abri o livro. passados uns minutos, dois cabeludos chegam com seus respectivos violões e se sentam um pouco mais à frente (todos pensa: "aaaffff lá vem riff de smells like teen spirit e músicas de armandinho")
PORÉM
EIS
QUE
SURGE
UM PLOT TWIST:
os caras começam a tocar umas músicas meio (assistam minha dificuldade pra explicar qualquer coisa:) senhor dos anéis, meio cigano, meiseilaoquê, sabem? tipo dois bardos chegam e começam a dedilhar um paco de lucia, umas coisas meio complexas, mas calmas e lindas e <3333
e tinha uns momentos em que as músicas combinavam com as passagens do livro! que. cena. linda. boa leitura, bom clima, boa música, pouca gente, que mais eu preciso na vida? (cofcofmeumeninemeabraçandocofcof)
 daí chega uma senhora e pergunta deles "que música é essa?" e o cara fala que é improviso. gente.
enfim, manhã boa dimas demais.

domingo, 6 de outubro de 2013

isso explica tanto peso.
(isso é o facebook mostrando todo um potencial pra telepatia)
mais uma vez eu sou lembrada do quanto eu era uma pessoa horrível. não é coisa de 10 anos atrás, ou 5, é muito mais recente. porque, sabem, eu não sou apaixonadinha (eufemismo descarado) à toa. eu amo aquele homem com todas as forças que tenho, tenho uma devoção e uma admiração imensas por ele, por tantos motivos, mas principalmente porque ele me fez ser uma pessoa que preste. não é mentira, não é exagero.
como eu já disse em muitos posts de muitos blogs, minha memória não passa de um borrão quando se trata do passado, tanto do antigo quanto do recente, mas as sensações permanecem. e eu lembro bem de ter sido uma pessoa muito ruim. por coisas que dizia e que pensava, mas quase nunca que fazia, não que isso diminua minha culpa. e se arrependimento matasse, eu certamente não estaria viva há muitos anos, mas se tivesse conseguido sobreviver, em 2013 eu teria tido um ataque fulminante de arrependimento e teria virado pó. me arrependo sempre que me lembro do quanto o maltratei, do quanto eu pensei mal dele (porque, sabem, não confiar em ninguém realmente significa não. confiar. em. ninguém. não importa se a pessoa tá declarando amor eterno pra você ou se tá mostrando que se importa, que quer teu bem, nãaaao. essa pessoa vai ser sempre uma ameaça em potencial, é uma questão de tempo até isso acontecer... e nem preciso dizer que quase nunca acontece, né? como no caso dele não aconteceu, e digo mais, aconteceu exatamente o contrário)
e sabem como eu lido com isso? eu não lido. fujo de confrontos como diabo foge da cruz, mas quando se trata do meu passado e da minha personalidade, eu fujo descontroladamente, sem olhar pra trás. então tudo que eu fiz de mal pra ele, eu deixei pra trás. sempre tive essa esperança de que, se eu deixasse pra trás por tempo suficiente, iria sumir e então seria realmente como se nunca tivesse acontecido. mas a vida não é assim, e eu sei que todo mundo sabe disso, mas eu só aprendo na porrada. aí algo volta à tona e quem se machuca mais é ele. logo ele, o amor da minha vida, que eu não queria deixar que nada machucasse. quem mais machuca o meu amor sou eu mesma, que irônico. mas eu aprendi com meus erros, eu vi a gravidade das minhas ações, eu reconheço o quanto fui uma pessoa detestável (novamente, não é exagero), mas o que eu não consegui fazer foi desfazer tudo isso. porque é impossível, eu sei.
nem pedir desculpas pelo que fiz eu peço, porque não mereço. também sei como essa explicação parece uma auto-vitimização, e também não quero fazê-la por esse exato motivo. sinto tanta vergonha de quem fui e tanto arrependimento por tudo que fiz que não sei o que dizer, não sei como dizer, não sei como lidar. por que eu nunca consigo protegê-lo? por que eu sempre tenho algo no passado pra machucá-lo um pouco mais? por que eu não consigo explicar isso pra ele?
eu o amo mais do que qualquer outra pessoa, mais do que qualquer coisa, e não sei se minha credibilidade ainda pode existir quando se conhece a pessoa horrível que eu era. eu queria poder chamá-lo pra cá, pra ler isso tudo, mas morro de vergonha. se eu não fosse tão fraca eu poderia deixá-lo ir, procurar alguém melhor, sem tanta coisa ruim pra ser remexida no passado, que só fizesse bem pra ele, mas eu não consigo. eu não consigo pedir desculpas, não consigo desfazer nada e não consigo deixá-lo livre. acho que meu amor faz mal. por que eu machuco quem eu mais amo? será que um dia ele vai perdoar quem eu fui? será que ele vai conseguir deixar meu passado pra trás?
eu não aguento mais magoá-lo. eu não suporto isso. eu não suporto mais meus erros.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

falar mais alto não é o mesmo que ter razão

minha irmã pode ter as chatices e preconceitos que forem, mas ainda assim tem seus problemas e eu a entendo melhor do que ninguém, tenho certeza disso. exatamente por ter uma visão mais objetiva sobre ela eu sei dizer se ela está se esforçando pra mudar algo de errado ou se está só se vitimizando (prática comum aqui na família, não vou negar).
nossos pais não enxergam isso. ok, talvez ninguém mais enxergue, mas eu enxergo. eu sei o padrão de comportamento dela e sei com que discurso ela pode ser conscientizada sobre como e quando mudar. é um processo lento, ninguém muda da noite pro dia e muitas mudanças requerem mais de um ano pra surgirem, isso é natural do ser humano. mas né, muito mais fácil reclamar que ela não está tentando.
porque aqui em casa existe essa característica que, na verdade, é um problema: meus pais têm para si que somos uma família comunicativa e que isso é muito saudável. não é bem assim que a banda toca. comunicação é bom, mas discutir no mínimo uma vez por semana sobre o mesmo assunto sem esperar pelos resultados e pelas mudanças... bem, aí é só estupidez mesmo. para eles, isso de conversar, terminar magoados mas agradecendo por podermos ter falado abertamente sobre os problemas etc etc é uma coisa muito boa, quando na verdade só faz impedir que feridas cicatrizem e obstáculos sejam finalmente superados. experimentem reclamar sobre um problema intrinsecamente relacionado à insegurança de uma pessoa, dando dicas de como melhorar e dizendo que não vão fazer cobranças, só esperam que dê tudo certo; daí esperem uma semana (no máximo) para reclamar de que nada foi feito, nenhum resultado está surgindo, a pessoa está fazendo corpo mole, não está tentando de verdade, nunca vai mudar (repita essa frase incansavelmente), sempre vai viver do mesmo jeito errado; esperem os resultados.
o único resultado é uma pessoa mais insegura de si a cada nova discussão, gradualmente mais incapaz de lidar com os próprios problemas. é esse o método super eficaz só que jamais foi e jamais será que é utilizado aqui em casa. e ai de quem reclamar. reclamações serão tolhidas ou com berros (responder com a voz na mesma altura também está fora de cogitação) ou com frases de pseudo-psicologia. nós, jovens filhas, jamais temos razão, e "no futuro, vamos ver que tudo que está sendo dito é verdade". aham. sei bem. já cheguei aos 23 e continuo discordando de boa parte do que foi dito. mas eu também sei o resultado de discordar em voz alta: um drama sobre como nós mudamos, crescemos e viramos "pessoas completamente diferentes, não se sabe de que companhias vieram essas novas ideias absurdas". porque ter opiniões próprias, pelo visto, é algo que somos incapazes de fazer. e ai de quem chorar. chorar é se fazer de vítima. falar da mera possibilidade de estar em depressão, então... depressão é um mito aqui em casa (o que chega a ser quase cômico, visto que todos os quatro já tiveram em algum momento da vida).
digo isso muito mais por observação do que por vivência, já que o alvo principal das críticas sempre foi minha irmã. posso afirmar que já não resta nela quase nenhuma auto-confiança, tanto por uma tendência própria à auto-depreciação quanto por essa rotina passivo-agressiva dos últimos anos.
não que eu esteja vilanizando nossos pais, não é isso também. eu os amo, eles nos amam também e tentaram nos criar da forma que lhes pareceu mais correta, e em quase todos os aspectos foram bem-sucedidos. mas no aspecto da liberdade de expressão eles falham desde o primeiro momento em que nós duas começamos a expressar nossas opiniões (o que não foi nada precoce, só começou a acontecer por volta dos meus 16 anos e 18 dela). e argumentar sobre isso, apontar as falhas deles, é impossível, não existe espaço pra retórica aqui.
torço pra minha irmã conseguir ajeitar a própria vida e sair dessa casa. enquanto isso faço o possível pra virar uma pessoa autossuficiente e fazer o mesmo. família dona da verdade só nos finais de semana, pelo bem maior.
(sim, escrevi enquanto ouvia o berreiro no quarto ao lado e me julgo por não ter mais forças ou disposição pra interferir)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

voltamos à programação normal? (R: não)

porque tô naquela fase deliciosa de desânimo pra existir.
na verdade, é pior que isso. pensando bem, é algo novo.
todos os dias têm momentos de êxtase intercalados com momentos de puro desgosto.
sabe quando o dia estanca, você quer que ele termine logo pra parar de pensar em todas as coisas ruins (que simplesmente não saem da sua cabeça) e ele continua lá, com as horas se arrastando? pois é.
agora é pior, é um misto de vontade que o dia não tenha existido com gratidão pelos momentos bons. não sei, não sei... não faço mais sentido, voltei ao que eu era. ultimamente tenho chorado muitas vezes por dia e nem sempre foi de felicidade. e agora tenho a mais pura certeza de que é tpm.
mas, mesmo assim, já aceitei que vou ser eternamente assombrada por esse sentimento de que nunca vou bastar em aspecto nenhum pra ninguém, muito menos pra mim mesma.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

~~

quando uma pessoa te faz tão bem, só por estar com você, que você chega a se sentir mais viva, mais saudável...
bem, o que você faz?
eu obviamente fico sorrindo feito boba, além daquela outra reação que eu já cansei de comentar aqui... mas é que eu só sei ser feliz a ponto de chorar, desculpa.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

highly sensitive

muito agradeço à patrícia por postar de novo o trecho de fernando pessoa que, quando eu li pela primeira vez, vi que me definia perfeitamente. só não digo que foram 22 anos de existência resumidos em poucas linhas porque gosto de acreditar que fui uma pessoa normal pelo menos até os 10 anos de idade (tomara).
Eu não queria sentir a vida, nem tocar nas coisas, sabendo, pela experiência do meu temperamento em contágio do mundo, que a sensação da vida era sempre dolorosa para mim. Mas ao evitar esse contacto, isolei-me, e, isolando-me, exacerbei a minha sensibilidade já excessiva. Se fosse possível cortar de todo o contacto com as coisas, bem iria à minha sensibilidade. Mas esse isolamento total não pode realizar-se. Por menos que eu faça, respiro; por menos que aja, movo-me. E, assim, conseguindo exacerbar a minha sensibilidade pelo isolamento, consegui que os fatos mínimos, que antes mesmo a mim nada fariam, me ferissem como catástrofes.
hoje eu leio isso e ainda me identifico demais. e quando alguém enxerga esse meu lado, eu sei que é porque me conhece de verdade e se importa de verdade (a propósito, danhe e meu menine). a diferença é que hoje eu não me isolo como antes. agora tenho alguma coragem pra sentir a vida, tocar nas coisas. raras vezes, mas pelo menos agora acontece, dou a cara a tapa, porque hoje estou disposta a enfrentar qualquer dor que possa vir disso. hoje eu vejo que resultados bons são possíveis, não é preciso tanto medo.
continuo a mesma, sensível demais, ferida demais, mas a hesitação já começou a ser lenta e dolorosamente substituída por coragem.
por menor que seja, ainda é coragem.

sábado, 10 de agosto de 2013

to do list 2013/2: (em construção)

  • ver se é possível dar aulas de inglês aqui em frente de casa
  • conseguir o corpeeenho sonhado
  • terminar o ano periodizada
  • começar o novo idioma
  • (e/ou continuar o italiano)
  • reaprender a tocar baixo

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pensam diferente todos aqueles que se acham vítima da história (...) Não é possível tomar satisfações à história, ela não é acontecimento nem pessoa. Quem suspeita que seu pior inimigo esteja em uma história assim, pode passar a vida inteira em uma paranoia suave e retrospectiva, e nela encontrará tudo o que precisa, sobretudo a medida vitalmente necessária de medo e de amor-próprio. Mas não encontrará senso de realidade, e com certeza também não felicidade.

terça-feira, 30 de julho de 2013

estava à toa na vida

e de repente ressurgiu o sonho de ter uma máquina de escrever.
dessa vez, uma máquina nossa.
e todo dia, logo pela manhã, alguém cofcofeucofcof deixaria um recado lá.
(tempo demais vendo imagens aleatórias no tumblr)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

i'm happiest when we spend time

se você me perguntar se eu estou pronta pra enfrentar tudo que está por vir nesse caminho, respondo mil vezes que sim sem nem pensar duas vezes. se, em alguma dessas vezes, eu parecer hesitar, é só o esforço pra conter as lágrimas.

terça-feira, 9 de julho de 2013

ai, ai, ai

chora, meu bem. por mais que eu não queira, pode chorar. o direito é todo teu de ficar triste com a vida, decepcionado com o fato de nada dar certo, de toda tentativa ser frustrada de um jeito ou de outro.
e eu sei que você também não iria querer, mas eu também vou chorar. vou chorar porque tuas dores são minhas dores, teus problemas são meus problemas e tuas lágrimas são minhas lágrimas. teu sofrimento de primeira pessoa é muito maior que o meu, de terceira pessoa, de espectadora, mas ainda assim a dor persiste. me dói saber o quanto você merece e o quanto realmente recebe.
somos tão azarados, meu bem. fazemos o que podemos pra nos manter na superfície, mas o mundo nos empurra de volta pra baixo, por algum capricho maldoso do destino. não sei se é o karma que nos foi reservado por crimes de vidas passadas, mas o que sei é que não merecemos todo o azar que temos nessa vida. especialmente você, que dá tudo de si e supera todos os limites da resistência todos os dias. onde estão os louros merecidos? a quem você ofendeu pra ser castigado dessa forma? por que tuas recompensas te são sempre negadas? se um suposto deus foi generoso com você por um lado, por outro tem sido um verdadeiro demônio.
todo dia, preciso reforçar minha crença em que tudo vai melhorar um dia. meia vida de dificuldades não pode ter sido assim em vão, deve haver algo de bom no fim dessa jornada. precisa haver. e, espero que seja antes da esperança morrer de vez, uma hora esse algo bom vai aparecer na tua vida. vai virar teu mundo de cabeça pra baixo, mas de uma forma tão surpreendente quanto boa. mentalizo tanto esse final (ou seria recomeço?) feliz que acho que ele quase parece real. todo dia tento acreditar que ele será real. espero que você tente acreditar também, e quando não conseguir, vou tentar em dobro, por mim e por você.
querer não é poder, mas eu bem queria que fosse... e quem não quer?

olha só

daí que mostrei o blog pra ele.
(acho que não existe prova maior de amor que essa, hein? brinks. ou não.)
acho que ele gostou, mas fiquei com vergonha de perguntar...

domingo, 7 de julho de 2013

um retrato ainda mal descrito sobre você I

tantas vezes eu quis escrever sobre você, mas sempre pareceu que nada do que eu tentasse expressar faria justiça à realidade. a ficção faz a tarefa parecer fácil. a impressão que dá é de que, exatamente por você pensar tanto e com tanto amor em alguém, os pensamentos se tornam palavra escrita naturalmente.
olha, comigo não é bem assim. é quase o contrário.
acho que seria injusto falar de você com minhas próprias palavras porque você não merece meus clichês, você merece uma perfeita arquitetura de sentenças, poesias inesquecíveis e prosas caprichadas. minha vida vira um seriado com você, daqueles que a gente baixaria todas as 5 temporadas e as assistiria em menos de um fim de semana. se eu ao menos conseguisse fazer jus ao roteiro original, não sairia essa tentativa pobre de parafrasear ao menos os trechos mais memoráveis.
mas o que me interessa e fica na minha fraca memória, ao invés dos momentos grandiosos, são os pequenos detalhes, especialmente os pequenos momentos que me fazem desconfiar que vou acordar a qualquer momento e, no fim, amaldiçoar a realidade sem-graça em que eu viveria sem você.
o jeito como você me olha é, definitivamente, o melhor de todos os detalhes. poderia ser um dos momentos grandiosos, mas momentos grandiosos são únicos e o teu olhar em mim é algo permanente, imutável durante todo o tempo em que estamos juntos. mas, ainda assim, é único em si.
tenho certeza de que você não se dá conta do tanto que deixa transparecer dos próprios sentimentos enquanto me olha, mas eu percebo. passei um ano inteiro sem perceber, portanto é praticamente uma obrigação que eu perceba tudo de agora em diante. não que seja uma obrigação ruim, é uma das poucas que me dão prazer nessa vida. percebo, e ainda me espanto toda vez pela existência disso tudo, muito amor, admiração, surpresa, uma certa devoção, um sentimento de proteção, urgência, saudade, tudo isso misturado em porções que mudam a cada segundo. você nota cada gesto meu, cada suspiro, o jeito com que eu me expresso e me movo, nota como as pessoas ao me redor me notam e como eu as noto, e isso seria inacreditável se não fosse tão real.
é isso, também, uma das melhores coisas da nossa relação: é muito real. tudo que sentimos é muito real, é palpável, meu medo de perder tudo fica um pouco menor graças a essa certeza da realidade. não que ela seja suficiente pra apagar esse medo, porque é impossível não temer perder algo que ame tanto.
que fique claro: não te amo porque você me ama. te amo mais porque você me ama, é verdade, mas não foi isso que me fez cair, sem a menor chance ou vontade de levantar de volta, nesse sentimento aparentemente infinito por você. ah, se você soubesse o quanto é admirável... o pouco que eu tento te mostrar nunca é suficiente, você, como tantas pessoas verdadeiramente boas no mundo, sempre nega e sempre vai negar todas as qualidades que possui. isso também se torna mais uma qualidade, porque teu ego jamais vai ficar inflado como o meu fica, e a ausência da semelhança de certas falhas minhas em você me faz te admirar tanto quanto aquelas minhas que eu reconheço em você, como se tivessem sido copiadas fielmente. muitas vezes parece que você foi projetado pra mim, em todas suas qualidades e falhas. é incrível.
sendo a boba romântica enrustida que sou, nunca disse e acho que nunca vou te dizer todas as situações lindas que eu vejo em filmes, leio em livros, ouço falar e quero que aconteçam comigo. é a minha natureza torta, é verdade, mas você sabe entendê-la. mais que isso, e é algo realmente surpreendente, você me proporciona situações iguais ou igualmente encantadoras às que eu desejo na minha (agora nossa) vida, é quase como se lesse meus pensamentos.
se um dia a inspiração me permitir, vou ser mais eloquente e prolixa e fazer um bom retrato da tua pessoa. uma das melhores pessoas que eu já conheci nessa vida.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

sem freios

I would say I'm OK
I would say yeah I'm fine
Wear my tears on the inside


But just when I believed
That I'd lost all my need
You crash right into my life


And there's no brakes
There's no heart breaks
Love overtakes
No brakes
There's no heart breaks
Love overtakes


Sometimes you don't know what's missing
Until it overtakes you
And it overtakes everything
And from that moment
You don't quite know how you ever
Got along without it

domingo, 23 de junho de 2013

la llorona:

com o passar do tempo, eu fui gradualmente me tornando uma pessoa chorona.
antigamente, eu não chorava por nada. claro, quando criança eu chorava se me machucava (e, meu deus, como eu me machucava), mas depois que criei algum equilíbrio, não tive mais motivos para chorar. nem na época da depressão chorei muito, salvo raras exceções. acho que dos 10 aos 18 anos, o dia em que mais chorei foi quando minha avó de criação faleceu, e isso foi por volta dos meus 12 anos, acredito.
com a nova fase de depressão, de repente eu comecei a chorar um pouco mais. parecia que algo em mim havia sido ativado e de repente eu tinha adquirido sentimentos. eu não era mais alheia aos acontecimentos à minha volta ou dentro de mim, o que me afetasse me faria chorar, muito ou pouco. cheguei também àquele nível em que chorar já fazia parte da rotina, muitas vezes a tristeza vinha sem qualquer motivo aparente e lá estava eu, chorando escondida de novo.
hoje em dia, choro ainda mais. a fase da depressão já passou (ou seria "parou", no meu caso? nunca soube dizer se tenho uma depressão cíclica desde a pré-adolescência, que vai e volta, ou se são fases diferentes de depressão na minha vida), mas as lágrimas aumentaram. à primeira vista, pode parecer tão aleatório quanto era até um tempo atrás, mas uma segunda análise me fez perceber que não: o choro agora é por um excesso de sentimentos que antes inexistiam ou eram ínfimos em mim. não sei lidar de forma saudável com sentimentos, acho que nunca soube, e quando me deparo com esses só me resta chorar. choro de alegria, choro de tristeza, choro de decepção, choro por impotência, choro por motivos muito bem definidos, ainda que o choro em si seja desnecessário em todas essas ocasiões.
mas o que me resta fazer se não sei o que fazer com todos esses sentimentos?

sábado, 15 de junho de 2013

o infinito post sobre o interminável fim de semana e uma resolução

primeiro, teve a quinta-feira. foi um bom dia, até vi meu menine, ficamos juntos até as 23h. porém, contudo, todavia, a vida deu um puxão de tapete e ele perdeu os últimos ônibus e teve que ficar na parada esperando até de manhã. fui dormir preocupada, acordei preocupada e fui pra faculdade preocupada por não receber nenhum sinal de vida. detalhe importante: a bateria do celular dele estava nas últimas na noite anterior e ele não tinha o carregador consigo. chegou um momento do dia em que comecei a chorar desesperadamente com a certeza de que ele tinha morrido ou sido sequestrado ou qualquer outra desgraça tinha acontecido. recorri à ajuda de um dos amigos dele, que foi contaminado pelo meu desespero e foi procurá-lo. depois de horas de lágrimas infinitas, desesperos, duas viagens de carro nos intervalos das aulas e muito nervosismo, o amigo o encontrou em casa, dormindo. grazadeus, gente, já tava barganhando com todas as entidades religiosas que eu conhecesse, só faltou desenhar um pentagrama no chão e buscar as velas pretas. o único dia em que senti um alívio maior que aquele foi quando minha mãe saiu viva e sem sequelas da cirurgia de retirada de tumores. mas divago. à noite, teve festa junina e quando terminou eu já estava caindo de sono. porém, oh, porém... a vida, essa safada...
primeiro eu preciso explicar que uns dias atrás (quarta-feira, talvez?) me surgiu um problema de pele muito do misterioso (a forma como surgiu, eu digo, não o problema em si) e eu fiquei tratando em casa por motivos de: não quero médico, me deixa longe de hospital, me larga, me deixa viver. inesperadamente (aham), o problema piorou e eu acabei me rendendo à idéia de, sei lá, ver se um profissional saberia dar um palpite menos aleatório sobre um tratamento apropriado. vai saber, né? falei pros meus pais sobre a idéia de marcar uma consulta ou procurar um pronto-atendimento logo depois que voltamos da festa junina, mas era com a intenção de ser na segunda-feira, já que eu mal conseguia raciocinar de tanto sono. eis que surge neles a vontade de me levar na mesma hora pra unimed... bora, né? bora logo acabar com esse sacrifício. deixa só eu achar meu cartão da unim-ooOOOPA, cartão kd/  vasculhei todas as bolsas bagunçadas, todas as partes da bancada bagunçada, todos os bolsos de roupas e nada da porra do cartão aparecer. tá, dani, deixa pra achar depois, leva só tua CNH como identidade que eles acham teu número por lá. beleza, deixa eu pegar minha CNH então... 5 minutos se passaram do mais puro desespero enquanto eu procurava em cada canto do quarto pela carteira de motorista e nada dela aparecer.
pai, saindo do quarto: bora, dani, já pegou tudo que precisava?
eu: já sim, deixa só eu ir lá no carro que eu não tô achando minha carteira de motorista.
mãe, com audição supersônica, do outro lado da casa: O QUÊ??
nesse milissegundo eu já tinha fugido da explosão, obviamente. mas nada pode me salvar do stress infinito que viria nas próximas horas, e que durou até essa tarde, quando houve a certeza de que eu perdi só os dois documentos mais importantes de todos. é a vida, né, fazer o que se eu sou terrivelmente irresponsável e distraída? enquanto não me mato, vou tentando aprender com os erros, já que tem tantos aí pra me ensinar.
interessante notar também que eu tenho uma prova de linguagem de programação na segunda-feira cujo assunto eu não entendo porra nenhuma, então esses dias que eu ia tirar pra estudar foram passados me desesperando, sofrendo com o problema de pele, procurando documentos alucinadamente e arrumando a bagunça acumulada do quarto. rá.
daí que, durante essa arrumação divertidíssima, só que nem um pouco, encontrei um rascunho de um resolução de 2009 (provavelmente para uns 2 blogs atrás). vou transcrever aqui só os trechos principais:
"o ano começou meio turbulento, eu ainda não fazia ideia se tinha passado no vestibular ou se teria que enfrentar mais um ano infernal de cursinho (ah, como eu detesto cursinho...) enfim, saiu o resultado e foi toda uma novela pra me colocarem na turma do 1o semestre (que no começo relutei em fazer, mas agora vejo que foi uma boa decisão).
"conheci muita gente nova, fiz uns amigos no 1o período, reencontrei amigos antigos, ralei muito pra entrar no pique de medicina (fui conseguir no fim do período, rá), passei raspando em anatomia I e, ao contrário de quase todo estudante de medicina, eu NÃO me apaixonei pela matéria, me apaixonei por genética e citologia, descobri que vivi o 1o semestre de 2009 em função da faculdade. faculdade horrível, aliás.
"(...) ok, 2o período, lá vamos nós.perdi algumas amizades, ganhei outras, cheguei com mais de uma semana de atraso, perdi o pique de medicina, fui mal nas primeiras provas, (...) estudei feito uma condenada pras provas finais, só passei em 1 de 3 matérias (fundo do poço, te dedico), descobri que vivi o 2o semestre de 2009 em função da faculdade. (...)"
em seguida, vinha uma lista de objetivos para 2010, e um dos primeiros era:
"decidir se eu quero continuar nessa merda de faculdade até o fim do 3o período"
vocês não imaginam o quanto eu quis abraçar a eu de 2009, pobrezinha. mal sabia o que vinha pela frente. deu pra ter uma noção do quanto eu curtia fazer medicina, né? até ontem, eu achava que só tinha perdido o gosto pelo curso por volta do 3o período, mas agora vejo que o desinteresse surgiu logo no início, o que me leva a perguntar mais uma vez por que diabos eu aguentei tanto tempo naquela tortura?
porque sou eu, claro. estranho é eu ainda me surpreender.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

daí que

frequentemente falho em me fazer ser entendida. penso A, digo B e as pessoas interpretam como C*.
2013 precisa de mais As e menos Cs. os Bs são inevitáveis, infelizmente...

*A é bonito/coerente. B pode até ser coerente, mas geralmente permite interpretações negativas (raramente é bonito). C sempre é negativo.

terça-feira, 11 de junho de 2013

da menina sem qualidades:

se você acredita que a vida se trata de uma linha desenhada numa pista plana, você fica calmo, seguro. mas se você pensa que está numa linha que divide dois abismos, você começa a tremer. você percebe que está constantemente correndo risco de vida.
(...)
duas pessoas que, cada uma na sua linha, caminham de mãos dadas pela vida afora, formam juntas uma base e não cairão, mesmo que tenham consciência desse abismo.

sábado, 8 de junho de 2013

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  • a Lollita que se foi
  • a primeira e a segunda parte de Breakdown, do Deerheart
  • o vazio do meu carro e os retrovisores levemente desajustados que eu insisto em deixar como estão
  • Angsty

quinta-feira, 6 de junho de 2013

sala vazia

eu costumava ser uma pessoa tão organizada e metódica... queria saber quando foi que começou o processo que me transformou no extremo oposto disso (quem aí quer apostar em depressão na pré-adolescência?)
meu nível de desorganização já chegou há anos no cúmulo de me fazer ter tanta memória quanto um peixinho dourado. acontecimentos do meu cotidiano, não importa o quão importantes possam ser, raramente permanece na minha mente por mais de um dia inteiro, que dirá permanecer no meu subconsciente. eu me sinto tão incapaz e patética por conta disso que nem ao menos procuro ajuda, mesmo porque duvido que exista ajuda para algo assim. que ridículo não deve parecer deixar a vida tão desorganizada que nem as próprias lembranças conseguem persistir a toda essa bagunça. parece bem ridículo para mim.
além de isso fazer todo progresso meu surgir depois do triplo do tempo necessário, acho que o maior problema é passar a impressão errada para as pessoas. me pedem um copo d'água e eu viro a esquina, esqueço e não volto nunca mais: essa menina só pode ser retardada. me contam detalhes importantes (às vezes até confidenciais) da vida e eu não me lembro quando comentam sobre eles novamente: ela não deve ter dado a menor importância pro que eu disse. faço promessas que jamais chegam a ser cumpridas: ela fala por falar, não tem palavra.
eu entendo que achem isso tudo, de verdade, porque eu também pensaria assim se estivesse no lugar deles. a questão é que eu, e somente eu, sei o quanto eu dou valor para tudo que me pedem, me confiam, me confidenciam, mas sou incapaz de memorizar. costumo dizer que não me recordo de acontecimentos específicos, apenas de sentimentos, e acho que isso seria o melhor resumo das minhas lembranças dos últimos dez anos. é terrível não conseguir se lembrar nem ao menos de um borrão dos possíveis acontecimentos mais importantes da sua vida, e como eu queria saber se existe uma forma de não ter que viver com esse projeto de amnésia para sempre... me acostumei a conviver com o medo constante de perder as poucas lembranças ainda vívidas dos últimos doze meses, mas, francamente, não sei quanto espaço ainda tenho em mim para novos medos.
outra consequência da falta de memória é esquecer de fazer coisas importantes para mim mesma: remédios, exercícios, consultas, estudos, telefonemas, todo tipo de providência importante que eu precise tomar na vida. tudo isso acaba sendo negligenciado, e eu acabo negligenciando a mim mesma, o que me leva a pensar se isso não seria mais uma modalidade de autossabotagem. afinal, eu sempre me sinto tão culpada por tudo, seria natural que eu quisesse, mesmo que inconscientemente, me punir de alguma forma. talvez eu esteja minando constantemente meu próprio progresso inexistente e tenha entrado nesse loop infinito há tanto tempo que a saída exista e eu não a consiga enxergar mais.
culpar a falta de memória para tudo que eu faço de errado na vida parece a saída mais fácil, sei disso... quem me dera que fosse. na verdade, deve ser só mais uma forma de culpar a mim mesma.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

angsty

por mais inacreditável que possa parecer, 5 meses já se foram desse ano, o melhor da minha vida. não sei nem dizer se passou muito rápido ou muito devagar porque, no início, as horas se arrastavam e os dias corriam, agora as horas correm com ele comigo e os dias sem ele se arrastam (incrível como o intervalo entre quinta-feira e sábado mais parece uma semana inteira). então é muito relativo. esse ano me fez ver que é tudo muito relativo.
dos 155 dias que se foram, só aproveitei de verdade os últimos 109, ou ao menos o tanto que consegui. tenho tentado tirar uma lição de tudo que tem acontecido, principalmente dos infortúnios. não, não, principalmente dos meus erros. as dificuldades que insistem em surgir no caminho me ensinam a buscar em mim paciência, resiliência e uma mente mais aberta, tratos que eu nunca me importei muito em ter, mas que hoje me são indispensáveis. também tenho tentado deixar de lado meu orgulho e minha introspecção, porque, mais que tudo, eu quero manter as pessoas que amo perto de mim. preciso, sei que preciso, ser mais aberta em relação ao que penso e sinto, porque tudo o que consigo demonstrar é o extremo oposto (é uma questão de falta de prática, convenhamos). não posso nem reclamar de quem não me entende, eles não têm informações suficientes para me interpretar corretamente, eu não lhes dou esse privilégio. aliás, não lhes dou o privilégio nem quando quero, possivelmente devido a algum bloqueio que ainda não consegui superar. mas acredito que reconhecer que ele existe já é algum avanço.
só recebi coisas boas de todas as pessoas maravilhosas que conheci no último ano: amor, carinho, compreensão, aceitação. nunca soube, e continuo sem saber, como retribuir (porque, afinal, o que eu poderia oferecer em retorno?), e nada que eu faça nunca parece ser suficiente. talvez muitas vezes tenha sido suficiente para elas, quem sabe? não sei se sou apenas eu, mas acredito que quem mais pode nos menosprezar somos nós mesmos, no fim das contas. Como não sei ver valor nenhum no que faço pelos outros, ao menos posso usar isso como incentivo para me esforçar e melhorar com o tempo.
a meia dúzia de pessoas que eu amo (ok ok, talvez seja até uma dúzia inteira) já fez tanto por mim, e me parece tão injusto que elas desperdicem suas boas intenções em alguém que nem ao menos sabe retribuir...
mas eu não comecei esse post com a intenção de me depreciar, apenas reconhecer o quanto eu ainda preciso melhorar, e o quanto eu espero que o tempo me ajude e as pessoas tenham paciência com a minha demora. 5 meses já se passaram desse ano e eu ainda sinto que poderia ter feito muito mais (e errado muito menos). sei bem o quanto posso ser repetitiva, mas meu raciocínio não passa da repetição de uns míseros cinco ou seis tópicos, e só me resta ficar repensando todos eles o tempo todo.
quero merecer tudo de bom que recebo das pessoas que amo, quero um dia valer a pena.

terça-feira, 7 de maio de 2013

a diferença que ocorre em um ano

finalmente resolvi enfrentar a complexidade do sistema do facebook e procurar o início das nossas conversas. até agora não cheguei na primeira frase do primeiro dia, mas já desisti de chegar a esse ponto porque simplesmente não tenho estômago para tanto.
meu deus, éramos tão bobos.
ele, um menino de 16 anos (era o que parecia nas conversas) tentando fazer gracinhas comigo o tempo todo, me elogiando aqui e ali, me agradando, puxando assunto e iniciando conversas o tempo todo tentando desesperadamente chamar minha atenção, muitas vezes escrevendo quase com todas as palavras que gostava de mim.
eu, uma menina de 13 anos (era o que parecia na vida inteira) respondendo casualmente, mais por educação que por qualquer outro motivo, puramente pra manter a conversa porque ele parecia ser alguém agradável e nada mais, alheia aos seus sentimentos e às suas incontáveis tentativas de conquistar pelo menos um pouquinho que fosse do meu interesse.
no começo, as conversas se resumiam a gostos musicais e trivialidades. depois, na verdade, depois do fatídico dia da rosa, quando seus sentimentos já tinham sido esclarecidos com todas as letras para mim, tentamos manter uma relação de amizade sem sucesso. ele pediu para cortarmos relações, eu aceitei por achar que seria o melhor para ele (nota-se a quase indiferença em que eu ainda me encontrava). algumas vezes eu ainda comentava sobre o tal menino para a minha melhor amiga, dizia que esperava que ele estivesse bem, que tivesse seguido sua vida sem problemas, que tivesse me esquecido (porque sempre achei que o melhor para todo mundo seria me esquecer e seguir em frente), até que ele reapareceu.
e reapareceu com uma determinação inacreditável, inabalável. estava decidido a me conquistar, independente de quantas recusas, quantas patadas, quantas grosserias recebesse de mim. e foram muitas, foram incontáveis. resolvi ser mais grossa do que nunca para poder afastá-lo, ainda achando que seria o melhor para ele, afinal, que vantagem haveria para qualquer pessoa em se relacionar com esse poço de inseguranças, complexidade, chatice e tédio essa que vos fala?
pois ele insistiu, persistiu, contrariou amigos e a mim, e não é que o menino conseguiu?
resta apenas o arrependimento pelo tanto que fiz o coitado passar sem necessidade, por culpa de meus problemas internos... ah, tantos problemas... ainda bem que superei alguns deles e resolvi dar-lhe uma chance. foi a melhor decisão que tomei até hoje, porque nunca na vida fui tão feliz.
agora estou decidida a não olhar para essas conversas antigas nunca mais, além de passar o resto de nossa vida compensando o mal que lhe fiz.
preciso de sorte, muita sorte nessa jornada.
o importante é que tudo está dando certo, pouco a pouco, passo a passo, um dia de cada vez.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

minhas primeiras notas do novo curso: um resumo

primeira nota: 7,0 - ok, poderia ser melhor, super dá pra recuperar, pelo menos não comecei mal
segunda nota: 10,0 - SOU A RAINHA DO MUNDO, AJOELHEM-SE, MORTAIS
terceira nota: 3,0 - ai caralho, fodeu o cu do palhaço, fiquei de final, morrimorriMORRI
quarta nota: 2,5 (já sinto cheirinho de fracasso) NÃO DISSE??
quinta nota: 8,0 (tá boa, mas português tinha que ser no mínimo 10, né?)
sexta nota: 6,0 (rysos, porque FÍSICA 1 É TÃO DIFÍCIL MEODELS)
já falei que a média é 8? pois. é.


eu, em breve

sábado, 4 de maio de 2013

welp2

pode-se dizer que ando em círculos, porque vejo um problema, disseco-o ao máximo e, ainda assim, repito. repito e repito até cansar.
(poderia muito bem mostrar o texto anterior para ele, mas escolhi deixar quieto. sou impressionante.)

welp

agora vem o mimimi. não demorou muito, né?
um dos grandes problemas da minha vida (e não venham reclamar que meus problemas são problemas tão pequenos, tão bobos, porque só o dono do problema sabe o tamanho que ele tem) sempre foi e sempre será a dificuldade na comunicação. seja pela dicção (palavra que aprendi desde pequena, já que sempre foi uma reclamação recorrente em relação a mim), seja pela insegurança ou simplesmente pela indisposição para me relacionar com qualquer pessoa, sempre fui uma pessoa de poucas palavras. mesmo meus amigos mais próximos não têm como saber mais de 80% do que se passa pela minha cabeça, acho que nem minha psicóloga, que sabia de sentimentos meus antes de eu mesma saber deles, saberia me ler completamente. não só sou um livro fechado, como também sou um livro de difícil compreensão, com narrativa confusa e diálogos vagos.
meus poucos amores e diversas paixonites todos ficaram na platonicidade (essa palavra existe?) por culpa minha (reciprocidade não tinha como entrar em questão se o outro lado nunca nem desconfiava da existência dos meus sentimentos), e eu me conformei com a idéia de que sempre seria assim. tantas histórias amor que poderiam ser e nunca foram, nunca chegariam a ser, e estava tudo bem, minha vida não precisava disso. eu estava bem com a solidão. não era o caminho que eu queria ter tomado, mas achava que era o caminho que tinha me escolhido, e quem era eu pra discordar do destino?
eu poderia contar em uma mão os amores de verdade que eu tive, todos formando capítulos ridículos da minha vida.
o primeiro, amor de internet (não me julguem), nunca nem chegamos a nos conhecer pessoalmente. disse que me amava e eu o amei e me entreguei àquele amor como nunca antes. quando já estava totalmente imersa naquele sentimento tão estranho e tão forte, o amor dele acabou. simples assim. fiquei cá desamparada, sem saber o que fazer com tudo aquilo que tinha construído dentro de mim, todo o sentimento desperdiçado, sem uso, sem razão de ser. foi minha primeira grande decepção, e foi a partir dela que eu decidi que não queria me sentir daquele jeito nunca mais. afinal, de que adianta sentir algo tão bom se um dia vai acabar?
depois de muitos anos de paixonites e vagos interesses por pessoas vagamente interessantes, veio o segundo amor. esse não veio para corresponder o amor do outro, veio por conta própria. a grande sacada, como não poderia deixar de haver uma, era que ele já me amava há muitos anos, mas eu nunca soube, muito menos correspondi. apenas depois dele ter partido pra outra (outras, na verdade), eu me dei conta de que o amava. amava-o com tanta sinceridade que nem todo meu poder de negação conseguiu me manter indiferente ao sentimento. pela primeira vez na vida, quis fazer algo a respeito. era tudo ou nada. conseguiria um namorado ou perderia meu melhor amigo. como se trata da minha vida, obviamente foi a segunda opção. porém, da forma mais amarga possível, sem nenhuma satisfação verdadeira, nenhuma resposta concreta, apenas o silêncio e o distanciamento, que nada tinham a ver com a amizade tão próxima e tão honesta que tínhamos há anos. o amor foi se desfazendo para dar lugar ao ressentimento, e hoje só resta a mágoa. se existe algo que não morre, duvido que seja a esperança. tenho quase certeza de que é a mágoa.
pouco depois, surgiu o terceiro amor. esse foi o mais inesperado de todos. ele me amava mesmo sem me conhecer direito, intensamente. eu já o havia dispensado por não poder corresponder (na época da confissão, mesmo sem ter me dado conta, eu já estava no segundo amor) e nem imaginava que isso fosse mudar um dia. mas mudou. mudou de uma forma tão sutil, tão gradual, que eu mesma só percebi quando já estava pensando nele sem motivos. todos que sabiam da nossa história ficaram surpresos com a mudança, acredito que ele também ficou surpreso, mas a maior surpresa foi a minha, por não ter percebido que estava cultivando algo tão forte dentro de mim. pela primeira vez na vida, estava amando e sendo amada. foi algo que demorou muito a ser assimilado, ainda está sendo aos poucos, na verdade.
eu o fiz sofrer, ainda que sem ter intenção, por muito tempo, e até hoje me culpo por isso. sei que ele entende meus motivos e sei que ele me ama o suficiente pra me perdoar. eu mesma não me perdoo, mas a vida é assim. cada um lida com seus sentimentos como acha que deve. ele sabe do meu segundo amor, sabe do quanto foi forte e do quanto me magoou, e isso deixou uma sombra no nosso relacionamento. é exatamente esse o problema. como eu não consigo mostrar que esse é o maior amor de todos, maior até que eu mesma? por que o segundo ainda parece algo tão importante? como diabos o segundo parece mais importante que o amor de agora, esse amor que muito me parece que vai durar pra sempre?nunca antes quis planejar meu futuro pensando em algum companheiro ao meu lado, e agora não consigo imaginá-lo de outra maneira. quero meu amor comigo por todos os anos que vierem, quero poder passar por todos os momentos da vida com ele, quero criar memórias, as melhores, as mais doces, todas com ele ao meu lado, quero que ele faça parte da minha vida para sempre. por que é tão difícil me expressar? se eu soubesse, ele não teria tamanha insegurança, ele não se sentiria como a segunda opção, o tal do "quem sabe dê certo, agora que eu perdi o cara que eu amava". ele veria que eu o amo mais que qualquer cara que já cruzou o meu caminho, que eu nunca quis tanto alguém como o quero, que eu nunca me importei tanto com alguém como me importo com ele, que a felicidade de alguém nunca me foi tão importante como a dele. quero apagar as dores do seu passado, fazer cada segundo do presente valer a pena e construir um futuro repleto de amor. quero que seja ele.
ele é meu A, nem existe um B, só o A. ele, meu A. meu único. independente de tudo que já aconteceu comigo antes, para mim, ele sempre vai ser meu primeiro. e, se der tudo certo, quero que seja meu último.

mais uma primeira vez

voltarei a postar.
dessa vez, contrariando o padrão de todos os blogs que já tive, não estou numa fase ruim. muito pelo contrário, estou passando pela melhor fase da minha vida desde que saí da infância (convenhamos, nenhuma fase da vida vai superar a infância a menos que você tenha sofrido algum trauma, o que felizmente não foi meu caso, em que você pode ser ignorante e desocupado e não sentir culpa) mas divago.
preciso me acostumar a compartilhar mais meus próprios pensamentos, independente do momento. sou do tipo que só se abre quando não aguenta mais manter tantos sentimentos ruins só para si. esse blog vai ser minha primeira tentativa. veremos no que vai dar.