domingo, 6 de outubro de 2013

isso explica tanto peso.
(isso é o facebook mostrando todo um potencial pra telepatia)
mais uma vez eu sou lembrada do quanto eu era uma pessoa horrível. não é coisa de 10 anos atrás, ou 5, é muito mais recente. porque, sabem, eu não sou apaixonadinha (eufemismo descarado) à toa. eu amo aquele homem com todas as forças que tenho, tenho uma devoção e uma admiração imensas por ele, por tantos motivos, mas principalmente porque ele me fez ser uma pessoa que preste. não é mentira, não é exagero.
como eu já disse em muitos posts de muitos blogs, minha memória não passa de um borrão quando se trata do passado, tanto do antigo quanto do recente, mas as sensações permanecem. e eu lembro bem de ter sido uma pessoa muito ruim. por coisas que dizia e que pensava, mas quase nunca que fazia, não que isso diminua minha culpa. e se arrependimento matasse, eu certamente não estaria viva há muitos anos, mas se tivesse conseguido sobreviver, em 2013 eu teria tido um ataque fulminante de arrependimento e teria virado pó. me arrependo sempre que me lembro do quanto o maltratei, do quanto eu pensei mal dele (porque, sabem, não confiar em ninguém realmente significa não. confiar. em. ninguém. não importa se a pessoa tá declarando amor eterno pra você ou se tá mostrando que se importa, que quer teu bem, nãaaao. essa pessoa vai ser sempre uma ameaça em potencial, é uma questão de tempo até isso acontecer... e nem preciso dizer que quase nunca acontece, né? como no caso dele não aconteceu, e digo mais, aconteceu exatamente o contrário)
e sabem como eu lido com isso? eu não lido. fujo de confrontos como diabo foge da cruz, mas quando se trata do meu passado e da minha personalidade, eu fujo descontroladamente, sem olhar pra trás. então tudo que eu fiz de mal pra ele, eu deixei pra trás. sempre tive essa esperança de que, se eu deixasse pra trás por tempo suficiente, iria sumir e então seria realmente como se nunca tivesse acontecido. mas a vida não é assim, e eu sei que todo mundo sabe disso, mas eu só aprendo na porrada. aí algo volta à tona e quem se machuca mais é ele. logo ele, o amor da minha vida, que eu não queria deixar que nada machucasse. quem mais machuca o meu amor sou eu mesma, que irônico. mas eu aprendi com meus erros, eu vi a gravidade das minhas ações, eu reconheço o quanto fui uma pessoa detestável (novamente, não é exagero), mas o que eu não consegui fazer foi desfazer tudo isso. porque é impossível, eu sei.
nem pedir desculpas pelo que fiz eu peço, porque não mereço. também sei como essa explicação parece uma auto-vitimização, e também não quero fazê-la por esse exato motivo. sinto tanta vergonha de quem fui e tanto arrependimento por tudo que fiz que não sei o que dizer, não sei como dizer, não sei como lidar. por que eu nunca consigo protegê-lo? por que eu sempre tenho algo no passado pra machucá-lo um pouco mais? por que eu não consigo explicar isso pra ele?
eu o amo mais do que qualquer outra pessoa, mais do que qualquer coisa, e não sei se minha credibilidade ainda pode existir quando se conhece a pessoa horrível que eu era. eu queria poder chamá-lo pra cá, pra ler isso tudo, mas morro de vergonha. se eu não fosse tão fraca eu poderia deixá-lo ir, procurar alguém melhor, sem tanta coisa ruim pra ser remexida no passado, que só fizesse bem pra ele, mas eu não consigo. eu não consigo pedir desculpas, não consigo desfazer nada e não consigo deixá-lo livre. acho que meu amor faz mal. por que eu machuco quem eu mais amo? será que um dia ele vai perdoar quem eu fui? será que ele vai conseguir deixar meu passado pra trás?
eu não aguento mais magoá-lo. eu não suporto isso. eu não suporto mais meus erros.