segunda-feira, 19 de agosto de 2013

highly sensitive

muito agradeço à patrícia por postar de novo o trecho de fernando pessoa que, quando eu li pela primeira vez, vi que me definia perfeitamente. só não digo que foram 22 anos de existência resumidos em poucas linhas porque gosto de acreditar que fui uma pessoa normal pelo menos até os 10 anos de idade (tomara).
Eu não queria sentir a vida, nem tocar nas coisas, sabendo, pela experiência do meu temperamento em contágio do mundo, que a sensação da vida era sempre dolorosa para mim. Mas ao evitar esse contacto, isolei-me, e, isolando-me, exacerbei a minha sensibilidade já excessiva. Se fosse possível cortar de todo o contacto com as coisas, bem iria à minha sensibilidade. Mas esse isolamento total não pode realizar-se. Por menos que eu faça, respiro; por menos que aja, movo-me. E, assim, conseguindo exacerbar a minha sensibilidade pelo isolamento, consegui que os fatos mínimos, que antes mesmo a mim nada fariam, me ferissem como catástrofes.
hoje eu leio isso e ainda me identifico demais. e quando alguém enxerga esse meu lado, eu sei que é porque me conhece de verdade e se importa de verdade (a propósito, danhe e meu menine). a diferença é que hoje eu não me isolo como antes. agora tenho alguma coragem pra sentir a vida, tocar nas coisas. raras vezes, mas pelo menos agora acontece, dou a cara a tapa, porque hoje estou disposta a enfrentar qualquer dor que possa vir disso. hoje eu vejo que resultados bons são possíveis, não é preciso tanto medo.
continuo a mesma, sensível demais, ferida demais, mas a hesitação já começou a ser lenta e dolorosamente substituída por coragem.
por menor que seja, ainda é coragem.

sábado, 10 de agosto de 2013

to do list 2013/2: (em construção)

  • ver se é possível dar aulas de inglês aqui em frente de casa
  • conseguir o corpeeenho sonhado
  • terminar o ano periodizada
  • começar o novo idioma
  • (e/ou continuar o italiano)
  • reaprender a tocar baixo

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pensam diferente todos aqueles que se acham vítima da história (...) Não é possível tomar satisfações à história, ela não é acontecimento nem pessoa. Quem suspeita que seu pior inimigo esteja em uma história assim, pode passar a vida inteira em uma paranoia suave e retrospectiva, e nela encontrará tudo o que precisa, sobretudo a medida vitalmente necessária de medo e de amor-próprio. Mas não encontrará senso de realidade, e com certeza também não felicidade.