domingo, 7 de julho de 2013

um retrato ainda mal descrito sobre você I

tantas vezes eu quis escrever sobre você, mas sempre pareceu que nada do que eu tentasse expressar faria justiça à realidade. a ficção faz a tarefa parecer fácil. a impressão que dá é de que, exatamente por você pensar tanto e com tanto amor em alguém, os pensamentos se tornam palavra escrita naturalmente.
olha, comigo não é bem assim. é quase o contrário.
acho que seria injusto falar de você com minhas próprias palavras porque você não merece meus clichês, você merece uma perfeita arquitetura de sentenças, poesias inesquecíveis e prosas caprichadas. minha vida vira um seriado com você, daqueles que a gente baixaria todas as 5 temporadas e as assistiria em menos de um fim de semana. se eu ao menos conseguisse fazer jus ao roteiro original, não sairia essa tentativa pobre de parafrasear ao menos os trechos mais memoráveis.
mas o que me interessa e fica na minha fraca memória, ao invés dos momentos grandiosos, são os pequenos detalhes, especialmente os pequenos momentos que me fazem desconfiar que vou acordar a qualquer momento e, no fim, amaldiçoar a realidade sem-graça em que eu viveria sem você.
o jeito como você me olha é, definitivamente, o melhor de todos os detalhes. poderia ser um dos momentos grandiosos, mas momentos grandiosos são únicos e o teu olhar em mim é algo permanente, imutável durante todo o tempo em que estamos juntos. mas, ainda assim, é único em si.
tenho certeza de que você não se dá conta do tanto que deixa transparecer dos próprios sentimentos enquanto me olha, mas eu percebo. passei um ano inteiro sem perceber, portanto é praticamente uma obrigação que eu perceba tudo de agora em diante. não que seja uma obrigação ruim, é uma das poucas que me dão prazer nessa vida. percebo, e ainda me espanto toda vez pela existência disso tudo, muito amor, admiração, surpresa, uma certa devoção, um sentimento de proteção, urgência, saudade, tudo isso misturado em porções que mudam a cada segundo. você nota cada gesto meu, cada suspiro, o jeito com que eu me expresso e me movo, nota como as pessoas ao me redor me notam e como eu as noto, e isso seria inacreditável se não fosse tão real.
é isso, também, uma das melhores coisas da nossa relação: é muito real. tudo que sentimos é muito real, é palpável, meu medo de perder tudo fica um pouco menor graças a essa certeza da realidade. não que ela seja suficiente pra apagar esse medo, porque é impossível não temer perder algo que ame tanto.
que fique claro: não te amo porque você me ama. te amo mais porque você me ama, é verdade, mas não foi isso que me fez cair, sem a menor chance ou vontade de levantar de volta, nesse sentimento aparentemente infinito por você. ah, se você soubesse o quanto é admirável... o pouco que eu tento te mostrar nunca é suficiente, você, como tantas pessoas verdadeiramente boas no mundo, sempre nega e sempre vai negar todas as qualidades que possui. isso também se torna mais uma qualidade, porque teu ego jamais vai ficar inflado como o meu fica, e a ausência da semelhança de certas falhas minhas em você me faz te admirar tanto quanto aquelas minhas que eu reconheço em você, como se tivessem sido copiadas fielmente. muitas vezes parece que você foi projetado pra mim, em todas suas qualidades e falhas. é incrível.
sendo a boba romântica enrustida que sou, nunca disse e acho que nunca vou te dizer todas as situações lindas que eu vejo em filmes, leio em livros, ouço falar e quero que aconteçam comigo. é a minha natureza torta, é verdade, mas você sabe entendê-la. mais que isso, e é algo realmente surpreendente, você me proporciona situações iguais ou igualmente encantadoras às que eu desejo na minha (agora nossa) vida, é quase como se lesse meus pensamentos.
se um dia a inspiração me permitir, vou ser mais eloquente e prolixa e fazer um bom retrato da tua pessoa. uma das melhores pessoas que eu já conheci nessa vida.

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