sábado, 15 de junho de 2013

o infinito post sobre o interminável fim de semana e uma resolução

primeiro, teve a quinta-feira. foi um bom dia, até vi meu menine, ficamos juntos até as 23h. porém, contudo, todavia, a vida deu um puxão de tapete e ele perdeu os últimos ônibus e teve que ficar na parada esperando até de manhã. fui dormir preocupada, acordei preocupada e fui pra faculdade preocupada por não receber nenhum sinal de vida. detalhe importante: a bateria do celular dele estava nas últimas na noite anterior e ele não tinha o carregador consigo. chegou um momento do dia em que comecei a chorar desesperadamente com a certeza de que ele tinha morrido ou sido sequestrado ou qualquer outra desgraça tinha acontecido. recorri à ajuda de um dos amigos dele, que foi contaminado pelo meu desespero e foi procurá-lo. depois de horas de lágrimas infinitas, desesperos, duas viagens de carro nos intervalos das aulas e muito nervosismo, o amigo o encontrou em casa, dormindo. grazadeus, gente, já tava barganhando com todas as entidades religiosas que eu conhecesse, só faltou desenhar um pentagrama no chão e buscar as velas pretas. o único dia em que senti um alívio maior que aquele foi quando minha mãe saiu viva e sem sequelas da cirurgia de retirada de tumores. mas divago. à noite, teve festa junina e quando terminou eu já estava caindo de sono. porém, oh, porém... a vida, essa safada...
primeiro eu preciso explicar que uns dias atrás (quarta-feira, talvez?) me surgiu um problema de pele muito do misterioso (a forma como surgiu, eu digo, não o problema em si) e eu fiquei tratando em casa por motivos de: não quero médico, me deixa longe de hospital, me larga, me deixa viver. inesperadamente (aham), o problema piorou e eu acabei me rendendo à idéia de, sei lá, ver se um profissional saberia dar um palpite menos aleatório sobre um tratamento apropriado. vai saber, né? falei pros meus pais sobre a idéia de marcar uma consulta ou procurar um pronto-atendimento logo depois que voltamos da festa junina, mas era com a intenção de ser na segunda-feira, já que eu mal conseguia raciocinar de tanto sono. eis que surge neles a vontade de me levar na mesma hora pra unimed... bora, né? bora logo acabar com esse sacrifício. deixa só eu achar meu cartão da unim-ooOOOPA, cartão kd/  vasculhei todas as bolsas bagunçadas, todas as partes da bancada bagunçada, todos os bolsos de roupas e nada da porra do cartão aparecer. tá, dani, deixa pra achar depois, leva só tua CNH como identidade que eles acham teu número por lá. beleza, deixa eu pegar minha CNH então... 5 minutos se passaram do mais puro desespero enquanto eu procurava em cada canto do quarto pela carteira de motorista e nada dela aparecer.
pai, saindo do quarto: bora, dani, já pegou tudo que precisava?
eu: já sim, deixa só eu ir lá no carro que eu não tô achando minha carteira de motorista.
mãe, com audição supersônica, do outro lado da casa: O QUÊ??
nesse milissegundo eu já tinha fugido da explosão, obviamente. mas nada pode me salvar do stress infinito que viria nas próximas horas, e que durou até essa tarde, quando houve a certeza de que eu perdi só os dois documentos mais importantes de todos. é a vida, né, fazer o que se eu sou terrivelmente irresponsável e distraída? enquanto não me mato, vou tentando aprender com os erros, já que tem tantos aí pra me ensinar.
interessante notar também que eu tenho uma prova de linguagem de programação na segunda-feira cujo assunto eu não entendo porra nenhuma, então esses dias que eu ia tirar pra estudar foram passados me desesperando, sofrendo com o problema de pele, procurando documentos alucinadamente e arrumando a bagunça acumulada do quarto. rá.
daí que, durante essa arrumação divertidíssima, só que nem um pouco, encontrei um rascunho de um resolução de 2009 (provavelmente para uns 2 blogs atrás). vou transcrever aqui só os trechos principais:
"o ano começou meio turbulento, eu ainda não fazia ideia se tinha passado no vestibular ou se teria que enfrentar mais um ano infernal de cursinho (ah, como eu detesto cursinho...) enfim, saiu o resultado e foi toda uma novela pra me colocarem na turma do 1o semestre (que no começo relutei em fazer, mas agora vejo que foi uma boa decisão).
"conheci muita gente nova, fiz uns amigos no 1o período, reencontrei amigos antigos, ralei muito pra entrar no pique de medicina (fui conseguir no fim do período, rá), passei raspando em anatomia I e, ao contrário de quase todo estudante de medicina, eu NÃO me apaixonei pela matéria, me apaixonei por genética e citologia, descobri que vivi o 1o semestre de 2009 em função da faculdade. faculdade horrível, aliás.
"(...) ok, 2o período, lá vamos nós.perdi algumas amizades, ganhei outras, cheguei com mais de uma semana de atraso, perdi o pique de medicina, fui mal nas primeiras provas, (...) estudei feito uma condenada pras provas finais, só passei em 1 de 3 matérias (fundo do poço, te dedico), descobri que vivi o 2o semestre de 2009 em função da faculdade. (...)"
em seguida, vinha uma lista de objetivos para 2010, e um dos primeiros era:
"decidir se eu quero continuar nessa merda de faculdade até o fim do 3o período"
vocês não imaginam o quanto eu quis abraçar a eu de 2009, pobrezinha. mal sabia o que vinha pela frente. deu pra ter uma noção do quanto eu curtia fazer medicina, né? até ontem, eu achava que só tinha perdido o gosto pelo curso por volta do 3o período, mas agora vejo que o desinteresse surgiu logo no início, o que me leva a perguntar mais uma vez por que diabos eu aguentei tanto tempo naquela tortura?
porque sou eu, claro. estranho é eu ainda me surpreender.

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