quinta-feira, 31 de agosto de 2017

tenho como norte a gentileza: é o que me guia todos os dias, a régua que uso para medir minhas palavras e ações.
sou feita de trouxa por conta disso? com certeza. mas isso não me desanima, quem sai perdendo não sou eu. por isso adoro essa tirinha:

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

this is not a love story - this is a story about love.

oi, gente.

(já que o blog é meu e eu posso usar como eu quiser, hoje ele vai ser um diarinho de frustrações. oba.)
meu consolo desde o término foi: "das duas vezes em que terminamos, foi ele que terminou comigo. isso é um sinal muito claro de que não íamos mesmo dar certo." então, né? não era pra ser, vida que segue.
mas o que me atormenta de uns dias pra cá é o pensamento: "por que diabos eu escolhi acreditar no amor inabalável? na certeza de que eu sempre seria a escolhida, de que sempre seríamos o melhor um para o outro?" porque isso é de uma ingenuidade tamanha, sabe. eu deveria saber. eu sempre soube. sempre fui de dar conselhos pertinentes e realistas. daí quando se tratava dele, eu desligava qualquer sinal de alarme.

terminou comigo na primeira vez e o que eu fiz? me senti um lixo, rejeitada, menor que os problemas dele, insuficiente. quando ele pediu pra voltar, o que eu falei? "era só isso que eu queria, ter tudo isso de volta".
foi um recomeço turbulento, envolveu muitas mágoas e eu tive que dar muito mais satisfações do que meu orgulho jamais teria permitido, mas eu dei. lutei contra a minha natureza durante todo esse tempo, desde 2013, sempre acreditando que eram esses sacrifícios que fariam tudo dar certo. tive que explicar com todas as palavras que eu não queria mais ninguém, independentemente do que tivesse acontecido durante o término, e a exaustão emocional de ficar sempre provando que meu amor era exclusivamente dele (como sempre foi, nunca deixou de ser) quase foi o suficiente pra me fazer ficar ao menos com um pé atrás... mas não foi. passada a sua mágoa, ficamos bem de novo, jurando amor eterno, planejando nosso futuro juntos, noivado etc.

passados quase dois anos do recomeço, ele terminou comigo pela segunda vez. dessa vez era porque o amor tinha mudado e porque ele queria se permitir se interessar por outras pessoas, que não queria ser fiel sem ser leal. e o que eu fiz? falei que estava tudo bem, disse que não havia nada a ser perdoado, que, se era o melhor pra ele, era o melhor pra mim também, que ele fosse feliz com quem ele tinha escolhido.
tentei ficar bem, né. o que resta fazer além de aceitar, afinal? forçar alguém que não me ama mais a ficar comigo por pena, por chantagem emocional? não, obrigada.

me distraí, arrumei minha vida, voltei ao ritmo de estudos, foi uma transição consideravelmente tranquila... até o dia em que não foi mais. meu emocional estava em frangalhos, meu horário de sono ficou totalmente desregulado, não consigo mais nem ver comida sem me sentir cheia ou enjoada. enfim, cheguei ao fundo do poço e confesso que daria meu mundo por qualquer substância que me tirasse desse tormento por algumas horas (comprei bebida, e eu odeio bebida).


cheguei ao ponto de confessar que queria saber quem era a pessoa por quem ele tinha se interessado, com quem ele não podia ter certas conversas por respeito ao que tínhamos antes de terminarmos. não peguntei quem era, vejam bem. por mais que eu morra de curiosidade, eu sei que de nada adiantaria saber, só seria mais uma informação pra me atormentar, mais uma pessoa a me causar dor. novamente: não, obrigada.

enfim, sei que o que culminou no término foi o sentimento que mudou, eu tenho maturidade suficiente pra entender isso.

mas ouvir hoje que não me deve nenhuma satisfação porque não estamos mais juntos foi doloroso, sem dúvidas. pode ter sido dito com a melhor das intenções, mas foi um tapa na minha cara. e seguir em frente no assunto me dando satisfação mesmo assim, pra me explicar que "o que foi um interesse durante o primeiro término agora está se concretizando" foi a cereja no topo.
explico:
desde que a mágoa dele passou, que ficamos bem de novo, eu não vi qualquer sinal de que poderíamos estar mal. juro. ouso dizer que 2017 foi o segundo melhor ano do nosso relacionamento (2014 foi o melhor). daí ele terminou comigo.

euzinha, Tom Hansen

tal qual o frustrado do Tom (sim, do melhor filme sobre ilusão amorosa e a dura realidade da vida: 500 Dias Com Ela) eu não fazia a menor ideia de onde tinha vindo isso. tudo estava bem! um dia estávamos bem e no dia seguinte já nem estávamos mais juntos. provavelmente, tal qual Tom, eu não percebi todos os sinais porque fiquei me iludindo esse tempo todo, acreditando no amor que vence tudo etc. daí fico sabendo do nada que "um interesse desde o primeiro término agora está se concretizando", nossa, como eu deixei uma coisa dessas passar? como eu consegui fechar os olhos para isso durante quase dois anos?

o que eu quero dizer com tudo isso é: eu escolhi ignorar a possibilidade - ou ainda, a probabilidade - de que isso que a gente tinha iria terminar. aquela história do:
se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
que tudo era pra sempre
sem saber que "pra sempre" sempre acaba?
e, bom, taí todo um cancioneiro brasileiro e internacional pra nos lembrar diariamente que "pra sempre" sempre acaba. e eu sempre soube disso, eu sempre fui racional, é isso que mais me incomoda. pra citar dois trechos do filme que eu sempre gostei, porque sempre achei muito reais:

1. no momento em que o Tom, um romântico irremediável, fica sabendo de todos os relacionamentos que a Summer já teve, ele pergunta:
- E por que eles acabaram? O que aconteceu?
ao que ela responde:
- O que sempre acontece: a vida.

2. no dia em que os dois discutem porque ele insiste que eles estão namorando e ela se recusa a assumir um compromisso com ele, o Tom fala:
- Eu preciso ter certeza que você não vai acordar um dia e sentir algo diferente.
e ela, com muita calma e carinho, responde:
- Eu não posso te prometer isso, Tom. Ninguém pode.

eu entendo tudo isso, e concordo. não posso cobrar de ninguém amor eterno. todos somos diferentes, nossos sentimentos evoluem e mudam de formas diferentes, ninguém pode garantir nada do dia de amanhã. é a vida.

foi bom enquanto durou? foram os melhores anos da minha vida, eu falo isso sem hesitar. jamais diria que não valeram a pena, porque valeram muito. aprendemos muito um com o outro, crescemos e amadurecemos em vários aspectos juntos.
acabou? acabou. a vida acontece.
ainda acredito no amor (como o besta do Tom) ou deixei de acreditar (como a egoísta da Summer)? ainda acredito, sei o que sentimos. não é porque acabou que não foi real.
eu só tenho me sentido um lixo por ter me deixado machucar. é só isso.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

"agora eu quero ir"

antes, eu era sozinha sempre. sempre tinha sido sozinha e solitária.
depois, eu era sempre plena. desde então, eu era alguém que sempre pertencia e era plena.
até o dia em que não era mais. não pertencia mais.
dali em diante, eu fiquei à deriva.
flutuando num corpo d'água enorme, imensurável, sem saber como sair de lá ou se eu sequer queria sair de lá. ou se eu queria qualquer coisa.
comecei a nadar. não é sempre que eu nado, nem é todo dia. mas tenho nadado um pouco. não sei bem pra onde, não me agarro em nada - nem procuro algo em que eu possa me agarrar.
espero alcançar uma praia logo. sentir meus pés em terra firme. pertencer ao chão. a mim.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

resolvi fazer uma faxina como nunca antes do meu quarto, jogando fora absolutamente tudo que fosse descartável ou em condições de ser doado. pra começar tudo do zero.
o que é "tudo"? ainda não sei dizer, mas vou tentar deixá-lo o mais abrangente possível.
...
a parte mais difícil é encontrar cartinhas, cartões, pedaços ressecados de flores que guardei, uma foto 3x4, a lista que fizemos juntos de objetivos a serem conquistados até 2019 - alguns deles íamos conquistar juntos, eu e você. pouco a pouco eu vou juntando essas lembranças e guardando-as, tanto na caixinha como naquele espaço que eu separei dentro de mim pras coisas que não posso mais querer.
elas não podem fazer parte do "tudo", não por escolha minha, mas porque a vida quis assim.
lentamente, vou preparando o terreno pra começar tudo do zero. espero que a dor passe até lá.