segunda-feira, 29 de junho de 2015

eu e minha irmã somos duas adultas que demoraram muuuuuito a amadurecer. a cada dia tentamos ser um pouco mais independentes, ainda que dependamos financeiramente dos nossos pais. não que eu ache que a dependência financeira devesse implicar na falta de liberdade de expressão onde moramos. mas um grande problema de ter que morar com os pais até essa idade é que já chegamos em um ponto de desenvolvimento pessoal (e emocional) que é muito diferente do deles. pensamos muito diferente, mas nem sempre (quase nunca) podemos expressar isso.
nossos pais não nos entendem e não querem nos entender, então, quando eu e minha irmã concordamos em algo de que eles discordam, eles nos veem como suas inimigas e isso invariavelmente nos leva a discussões de proporções homéricas em que ninguém realmente se comunica. viramos 4 pessoas gritando umas com as outras até que alguém escolha ficar julgando calado (meu pai), ou se torne um mártir, a grande vítima de tudo aquilo (minha mãe e minha irmã) ou simplesmente pare de falar e se transporte pro seu próprio mundo interior até que tudo aqui termine logo (eu). e então esperamos até a próxima vez.
mind you, eu tenho 25 anos e minha irmã tem 27. quem lê sem saber disso pensa que somos adolescentes passando pela fase da rebeldia. mas não é rebeldia, apenas começamos a reagir ao invés de nos calarmos.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

meu. deus. do. céu. (ou independência financeira kd/)

é claro que eu sou reservada.
"ah, ela é assim mesmo, mais fechada" num tom de decepção e rejeição.
claro. obviamente. só teria crescido de outro jeito se gostasse de sofrer.
desde sempre, sim, desde sempre, se eu tiver uma opinião minimamente diferente e verbalizar, o que vai acontecer aqui em casa? na melhor das hipóteses, um "olha, eu acho que não é bem por aí" que até que é bem intencionado, mas que logo se desenvolve pelo caminho do "alguém tá metendo essas coisas na tua cabeça" (não, ai de mim, não sei formar opiniões, apenas absorvo as da pessoa mais próxima) e logo vira um "parece que a gente nem te conhece, não foi assim que te criamos".
e olha. puta que pariu. vamos lá reagir:
respira fundo.
mais fundo.
argumenta de volta com bastante paciência e deixando bem claro que a minha opinião é só a MINHA opinião, não precisa concordar, não é uma ofensa nem um ataque pessoal, é só o jeito que EU penso.
"eu não sei com quem você aprendeu isso, em que mundo você vive, porque aqui em casa nunca foi assim".
respira mais fundo.
sorri.
vai embora e espera o mundo voltar a girar como sempre.
nota mental: evitar com mais afinco falar o que penso.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

eu quero ter filhos um dia. pelo menos um, mas queria três. uma casa bem cheia, mais um cachorrão, talvez um gatinho, enfim. tenho toda uma utopia montada na mente, de uma casa sempre com cheiro de bolo saindo do forno (tem que ter bolo todo dia, nem ligo), a agitação de cinco pessoas convivendo, meu jardim modesto perfumando tudo ao seu redor, uma distância curta até o mar...
mas eu penso muito nos meus filhos e no caráter e saúde mental deles. quero que sejam criados com muito amor e tolerância, para que encarem a vida da mesma forma. que sejam empáticos, compreensivos, que o preconceito não lhes seja ensinado em casa e que, mesmo que lhes seja mostrado na escola, entre amigos e "amigos", não seja assimilado. quero que tenham confiança em si mesmos, mesmo na adolescência, em que é tão difícil ser confiante, e que saibam a diferença entre ser confiante e ser arrogante. que não virem noites se sentindo um lixo, ou sentindo que a vida deles é um lixo, que saibam apreciar o que têm e que tenham visão de futuro para o que poderão ter um dia. que não tenham vergonha de suas opiniões, que façam debates saudáveis entre os outros, que espalhem ideias boas, que sejam proativos. que sejam como o pai deles, que lutem pelo que quiserem sem querer passar por cima de ninguém, que saibam aproveitar a vida. que nos amem, seus pais, e não desejem morar sozinhos por rancor, e sim pela independência. que conheçam o mundo, que aprendam com o que virem. que sejam felizes sempre que for possível.